domingo, 18 de março de 2018

Após assassinato de Marielle, PSOL é alvo de ataques na internet


Após assassinato de Marielle, PSOL é alvo de ataques na internet
por Clara Rellstab
A página do PSOL no Facebook passou a receber ataques de usuários que acusam Marielle Franco, a vereadora morta nesta quarta-feira (14) no Rio de Janeiro, e outros políticos da legenda, de agir “em defesa de bandidos”.
Segundo o Estadão, os “haters” afirmam que, ao pedir a prisão dos assassinos da vereadora, o partido estaria em contradição com os próprios valores. Há declarações como: “Acho que os assassinos merecem uma segunda e até terceira chance!”; “Que o PSOL pare de passar mão na cabeça de marginal”; “O PSOL só está colhendo o que planta todos os dias”.
A sigla tem entre as principais bandeiras a defesa dos direitos dos trabalhadores e direitos humanos básicos, em especial de mulheres, negros e população LGBT.

Desembargadora diz que Marielle ‘estava engajada com bandidos

A desembargadora Marília Castro Neves e a vereadora Marielle Franco REVISTA VEJA
A desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), afirmou no Facebook que a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada na quarta-feira, estava “engajada com bandidos”. O comentário foi feito como resposta a uma postagem do advogado Paulo Nader, que chamou a parlamentar de “lutadora dos direitos humanos”.
“A questão é que a tal Marielle não era apenas uma ‘lutadora’; ela estava engajada com bandidos! Foi eleita pelo Comando Vermelho e descumpriu ‘compromissos’ assumidos com seus apoiadores”, escreveu a magistrada, que insinuou que a morte da vereadora foi consequência de cobrança de “dívidas”. “Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, finalizou.

A exploração do trinômio “preta, mulher, favelada”


Precisa ser relativizada a questão de a vereadora Marielle Franco representar o trinômio “preta, mulher, favelada”, tão usado em proselitismos.
É o que afirma O Globo em editorial.
 “Importa é que bandidos, com esse assassinato, buscam sinalizar que o poder é deles. Fosse Marielle ‘branca e rica’, a execução precisaria provocar a mesma reação do Estado e na sociedade. A morte de Marielle não pode ser apropriada por interesses partidários ou sectários. À esquerda e à direita. Será impedir que o crime possa mesmo ser um divisor de águas no confronto que Estado e sociedade travam contra o banditismo, a corrupção, contra todas as formas de delitos que solapam a cidadania e os direitos humanos em sentido amplo.

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